quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O USO DE MAPAS CONCEITUAIS EM SALA DE AULA
Faustina Loss Justo


Faustina Loss Justo

Agente Técnica do Instituto Ayrton Senna



O mapa conceitual é uma forma de representar graficamente o conhecimento que temos de determinada temática a partir de conceitos ou palavras-chave, representando, assim, o conjunto de significações que construímos sobre tal assunto.
Ou seja, o mapa conceitual, é uma estratégia que possibilita fotografar a representação do conhecimento do aluno desde seu ponto inicial até as modificações em suas várias versões. Dessa forma, os mapas podem expressar certezas e, também, dúvidas na medida em que essas representam um conhecimento provisório e as transformações no percurso da aprendizagem.

Novak é considerado o criador dos mapas conceituais e se baseou na teoria da aprendizagem significativa de Ausubel.

Existem diversas concepções de mapas conceituais e por trás de cada uma delas está uma determinada concepção de aprendizagem. Para o Programa Escola Conectada, do Instituto Ayrton Senna, o uso de mapas conceituais implica em uma concepção de aprendizagem centrada no aluno, ou seja, o aluno é percebido como um ser ativo, autônomo e protagonista.

Assim, ao construir um mapa conceitual, o aluno está fazendo um exercício mental e, consequentemente, desenvolvendo competências, ou seja, analisando, selecionando, relacionando, inferindo…
Entendemos assim que o MC é uma estratégia que permite ao aluno representar graficamente suas ideias e estabelecer ligações entre elas. Além de possibilitar ao professor ter acesso às relações que os alunos estabelecem no pensamento, acompanhando assim o percurso de sua aprendizagem, analisando e compreendendo como o aprendiz opera mentalmente com os conceitos trabalhados no Mapa.

Portanto, como uma ferramenta de aprendizagem, a construção do mapa conceitual possibilita ao aluno:
Resolver problemas ao tomar decisões, por exemplo.
Desenvolver habilidades de leitura e escrita ao coletar, selecionar e registrar dados.
Refletir sobre informações e conceitos ao construir argumentações para defender seu ponto de vista.
Estabelecer relações entre conceitos ao elaborar as proposições.
Selecionar, analisar, compreender e relacionar informações ao buscar e conferir informações.
Definir, comparar e explicar conceitos ao construir argumentação.
Registrar graficamente conhecimentos ao representar o conhecimento no MC.
No entanto, a intervenção do professor no Mapa Conceitual do aluno é necessária para:

· Compreender o que o aluno dispôs no mapa,
· Ajudar o aluno a aperfeiçoar a representação de seu conhecimento na construção das proposições e aprender mais
· Propor estratégias de mediação.

Ao intervir no MC do aluno devemos considerar:
· A importância da análise da forma e do conteúdo explicitado para auxiliar o aluno a entender porque se faz um mapa e como se deve construí-lo. Então, a primeira intervenção do professor diz respeito a observar se o aluno, de fato, selecionou conceitos e, caso não tenha conseguido, indagá-lo sobre que palavras são fundamentais no entendimento do assunto sobre o qual está construindo o mapa.

· O segundo aspecto remete à importância da verbalização para o aperfeiçoamento e a compreensão do explicitado no mapa. Ao indagar, o professor dá indicações ao aluno de que perguntas, a partir do mapa, precisam ser respondidas para que realmente compreenda o assunto em foco. Muitas vezes, os alunos não se dão conta sozinhos de que faltam informações no mapa e que algumas proposições podem relacionar-se a outras,
Por outro lado, somente observando, podemos não entender a lógica do aluno. É preciso perguntar para compreender porque o aluno relacionou alguns conceitos e não outros, porque utilizou determinado verbo e outro não e como o autor explica as proposições construídas.

· Outro aspecto a considerar é a possibilidade de promover a construção de novas versões do MC. Afinal o nosso entendimento sobre as coisas evoluem e se transformam à medida que conhecemos mais. Portanto, é muito importante que o professor estimule o aluno a construir uma nova versão do MC, a fim de que o aluno tenha a chance de reelaborar suas ideias, complementá-las, ampliá-las ou modificá-las.

É importante lembrar que:
· O mapa pode apresentar-se de uma forma simples e ser estruturado de forma bastante pessoal. O que importa é que sempre comporta novas ligações, podendo ser ampliado e modificado a qualquer nova versão, levando-se em conta que nosso conhecimento se amplia e evolui.
· Não existem relações erradas no mapa conceitual, pois elas representam o entendimento que temos em determinada etapa de seu desenvolvimento.

Ao analisar o formato/estrutura podemos identificar os elementos que constituem um MC. Vejamos no exemplo da primeira versão de um Mapa Conceitual, cuja
temática é banana:


· Os conceitos aparecem dentro das caixinhas e os verbos interceptando as linhas que unem os conceitos, fazendo as relações e expressando uma proposição (conceito – verbo – conceito).
· Na relação entre os conceitos as setas estabelecem as relações que indicam as proposições do autor. As setas podem ou não ter duplo sentido.
· Os conceitos são representados por substantivos, os quais expressam com mais clareza nossas ideias.
· Quanto aos verbos (ações), o ideal é que apareçam no Modo Indicativo, pois expressam atitude de certezas, auxiliando o leitor a entender a relação estabelecida pelo autor do mapa.
· O MC pode ser lido em qualquer sentido, pois as relações não são hierárquicas e nem partem sempre em sequência. O mapa pode ser um emaranhado de relações, uns conceitos se relacionando a outros.
· Por último gostaria de lembrar que o MC sempre está aberto para ser modificado, ampliado, para novas interpretações, ou seja, para novas aprendizagens.

O Cmaps Toolls é um programa próprio para fazer MC e pode ser baixado gratuitamente no endereço http://cmap.ihmc.us/download/index.php

Para baixar o programa é requisitado efetuar um cadastro no site do desenvolvedor. Para isso é só preencher alguns campos e poderá baixar o programa.

Bibliografia
· DUTRA, Ítalo Modesto. Mapas conceituais e uma proposta de categorias construtivistas para seu uso na avaliação da aprendizagem. Salto para o Futuro, programa 5 Novas formas de aprender, novas formas de avaliar, do Salto para o futuro. Disponível em http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2005/nfa/tetxt5.htm

· Instituto Ayrton Senna. Escola Conectada: Guia para Educadores.

· LACERDA, Rosália Procasko. A intervenção do professor nos mapas conceituais dos alunos. Disponível em http://www.educacaoetecnologia.org.br/escolaconectada/?p=214



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Esse post foi publicado de sábado, 17 de setembro de 2011 às 9:39, e arquivado em Artigos. Você pode acompanhar os comentários desse post através do feed RSS 2.0. Você pode comentar ou mandar um trackback do seu site pra cá.
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