quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

SÍNTESE DO TEXTO: “MÍDIA, ESCOLA E LEITURA CRÍTICA DO MUNDO”


GRAÇA CALDAS*



O texto mostra que os tempos são outros, as inovações tecnológicas cada vez mais esta facilitando a divulgação da informação, o conhecimento esta mais acessível, e Com tudo isso ainda temos escolas arraigada em situações debilitadas, onde a lousa e o giz é a única forma de se passar o conhecimento. De quem é a culpa na deficiência da incapacidade de leitura dos alunos? Talvez na má formação do professor? Na gestão pedagógica? Nas famílias? Ou no poder público? Seria fácil encontrar culpados, mas creio que é uma junção de fatos que levam ao fracasso da educação no Brasil, que vem preocupando os educadores que realmente se interessam na aprendizagem do aluno. A leitura de mundo, através de vários portadores de texto é uma forma muito interessante de estimular a leitura, que no âmbito escolar tem tudo para acontecer. As tecnologias estão muito mais acessíveis, a construção de rádio na escola é uma boa forma para motivar os alunos, a se integrarem nesse mundo de informações. Os educadores precisam refletir sobre o seu papel, a gestão precisa melhorar sua atuação e as famílias fazerem a sua parte na educação dos seus filhos, e assim possivelmente os alunos se interessem mais em aprender, talvez seja um sonho, que tudo isso se concretize, más alguém tem que começar a mudar esses índices. Temos que levar os alunos a serem leitores críticos, e inovar com novas idéias, e aprendizagens.



Zilmar

A DIFÍCIL ARTE DE CONSTRUIR O AMOR VERDADEIRO
"PERFEIÇÃO? TALVEZ"


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

DE ONDE VEM O LIVRO?

Pessoal esse tema é muito interessante para se trabalhar com os nossos estudantes. É uma maneira de se mostrar desde o início até o final da produção do llivro, e ressaltar a importância de ser um bom leitor.

Zilmar

DE ONDE VEM O LIVRO?

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=1332

Ficha Técnica
Estrutura curricular
Educação Básica::Ensino Fundamental Inicial::Ciências Naturais::Recursos tecnológicos

Objetivo
Conhecer todo o processo de fabricação do livro

Descrição
Episódio do programa De onde vem?, da TV Escola, que fala sobre a invenção e o processo atual de montagem do livro. Cita o nascimento da imprensa como fato importante na história do livro

Observação
Duração: 4 min

Autor
Brasil. Ministério da Educação (MEC)

Fonte do recurso
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=19765

Licença
O acervo disponível para consulta neste endereço eletrônico (http://www.dominiopublico.gov.br) é composto, em sua grande maioria, por obras que se encontram em domínio público ou que contam com a devida licença por parte dos titulares dos direitos autorais pendentes

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Atividade Proinfo

Desenvolvo uma prática dialógica com meus alunos?Ouço suas idéias, duvidas e curiosidades?

As atividades são planejadas segundo as necessidades dos estudantes, e a partir do que eles sabem que planejo as atividades, as dificuldades de aprendizagem está cada vez mais presente nas salas de aula. As estratégias aparecem nas rodas de conversas, brincadeiras e observações do cotidiano. As tecnologias são de suma importância para aprimorar o trabalho e ocorrer à interação dos estudantes.

Quais são as estratégias que utilizo e/ou considero que podem ser úteis para estabelecer um ambiente de livre expressão que favoreça o dialogo?

As estratégias aparecem nas rodas de conversas, brincadeiras e observações do cotidiano. É importante proporcionar atividades diversificadas, com inovações.

De que forma as tecnologias podem auxiliar nisso?

São meios de comunicação, interação e desenvolvimento de habilidades, onde podemos utilizar vários instrumentos, como: a televisão, vídeo, computadores, e outras mídias, respeitando o que os estudantes podem ter, aumentando a participação com motivação.

A oportunidade do contato com as tecnologias permite que eu professora planeje melhor as aulas.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O tempo passa mas as boas idéias ficam.

A Televisão e o Vídeo na Sala de Aula
O uso didático da televisão e do vídeo teve a sua raiz no cinema. Pouco tempo após a sua invenção, filmes cinematográficos educativos começaram a ser usados nas salas de aula. Antes disso, porém, o que havia à disposição de professores e alunos eram imagens fixas projetadas por meio de aparelhos como as então denominadas “lanternas mágicas”.

No início, o cinema era geralmente de caráter documental e esse tipo de cinema se confundia com o cinema educativo, fora do Brasil, segundo Pfromm Netto. No Brasil, estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná realizam as primeiras filmagens nessa modalidade. Os filmes realizados então eram de curtíssima duração e exibidos em lugares improvisados. Data de 1910 o primeiro filme de caráter expressamente educativo e já em 1929 foi instituído o uso do cinema educativo em todas as escolas primárias do Rio de Janeiro, quando o acervo nacional já contava com vários títulos produzidos dentro e fora do País.

O uso do cinema educativo para o ensino médico logo provou ter grande importância. Franceses e Alemães foram os pioneiros do cinema científico. A microcinematografia e a condensação artificial do tempo permitiram que muitos fenômenos biológicos e o comportamento de microorganismos pudessem ser cuidadosamente observados. Filmagens no interior do corpo humano foram possíveis graças ao desenvolvimento da endocinematografia e logo várias especialidades médicas se beneficiaram da nova possibilidade.

A separação de duas irmãs xipófagas, em 1907, foi registrada no primeiro filme médico brasileiro. Desde então, várias instituições como o Instituto Biológico e o Instituto Nacional de Cinema Educativo, fundado em 1936 por Roquette Pinto, ofereceram notáveis contribuições para o cinema médico brasileiro.

Nasceram no País várias filmotecas e o cinema educativo proliferou no Brasil até os anos 70, quando a televisão começou a se expandir pelo território nacional. A partir de então, abriu-se um novo canal para divulgação de materiais educativos audiovisuais, e o cinema educativo foi pouco a pouco perecendo, junto com as principais instituições que lhe deram apoio, como o Instituto Nacional de Cinema Educativo, por exemplo.

Vídeo e televisão estão estreitamente vinculados, seja por razões econômicas e mercadológicas, como ressalta Pretto, seja pela própria natureza desses meios de comunicação. O vídeo tem alta penetração social, uma vez que seu custo tem se reduzido ao longo dos anos e conta com um mercado em expansão, a despeito do surgimento de novas e mais sofisticadas tecnologias do som e da imagem. E a televisão é ainda considerada o mais popular meio de comunicação social. Vídeo e televisão contam com diferentes possibilidades de uso.


O potencial do uso do vídeo e da TV

Há décadas, a televisão tem sido utilizada com finalidades educacionais, suplantando o rádio. Vários autores confirmam as suas potencialidades para tornar o ensino mais eficaz (Moore & Kearsley; Valmont; Netto; Wetzel). O desenvolvimento rápido das tecnologias da comunicação e da informação tem colocado à disposição da televisão novas possibilidades, oferecendo-lhe mais oportunidades do que propriamente ameaças. É o caso das redes de satélites, por exemplo, e da tecnologia digital. Como conseqüência, a televisão tem se tornado um meio bastante popular e de alcance ampliado através dos anos, pela sua característica de se conjugar a novas tecnologias.


Fonte: E-Proinfo
Postado por Joanirse às 15:03
Marcadores: Cinema na sala de aula, Televisão e educação, Vídeo na Sala de Aula

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PROJETO INTERDISCIPLINAR
COMO A TECNOLOGIA PODE CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL RELACIONADO COM O LIXO NA COMUNIDADE


Disciplina: Interdisciplinar
Objetivos: refletir sobre a questão do lixo na comunidade (preparação sensibilizatória para futuras atividades de coleta seletiva na escola).

Sugestão de ciclo: Ensino Fundamental I.

Materiais: cópias da reportagem A Nova Face do Lixo, vídeo Ilha das Flores, que pode ser visto no site Porta Curtas, fichas de papel colorido, canetas hidrográficas. Computadores; Máquina fotográfica; data show.

Tempo de duração: Semestral

Dicas de leitura para o professor: o site Porta Curtas tem várias opções de filmes e documentários de curta duração para serem utilizados na sala de aula. O site do Compromisso Empresarial Para a Reciclagem (Cempre) tem boas informações e números sobre o lixo no Brasil.

- Prepare os alunos para a atividade com o filme Ilha das Flores, do diretor gaúcho Jorge Furtado, uma crítica sobre a sociedade de consumo, que acompanha a “trajetória” de um tomate, desde a plantação, até ser jogado no lixo. Converse com eles para saber sua percepção sobre o que é lixo, o que é desperdiçado, o que pode ser re-utilizado.- Apresente o filme, que tem 13 minutos de duração. Em seguida, abra um debate de 20 minutos para que cada aluno se manifeste sobre o que achou do documentário. Levante com eles: Que tipo de linguagem o curta-metragem utiliza? Onde se passa a filmagem? Que impressões causam essas imagens? Qual mensagem o vídeo transmite? O que acharam do caminho do tomate?

- Amplie o debate do filme para a situação do lixo no cotidiano dos alunos. Pergunte a eles se fazem idéia de quanto resíduo é gerado em casa? Peça para que conversem com os pais e observem a produção de lixo em casa, durante uma semana, anotando no caderno a quantidade diária, o tipo de lixo gerado, etc. Se possível, planeje com eles um levantamento da quantidade e do tipo de lixo gerado na escola, realizando a coleta de dados em todos os ambientes disponíveis e com o auxílio dos funcionários. Peça para que anotem, ainda, se os pais e a escola participam de coletas seletivas; se sim, questionem como a coleta funciona. Se não, perguntem por que ela não acontece.

- No retorno da semana que passou, peça para que alguns alunos socializem o que observaram em casa – e também dentro da escola, se conseguiram levantar estas informações. Introduza o texto A Nova Face do Lixo, que traz informações sobre a reutilização do lixo proveniente de coletas e pergunte sobre os resíduos que observaram em casa e na escola: eles podem ser coletados e transformados em novos produtos? Deixe cinco minutos para cada um pensar que atitudes individuais cada aluno pode ter para reduzir a quantidade de lixo que produz, e para estimular a coleta do que pode ser reaproveitado e transformado. As idéias serão brevemente discutidas e impressas em fichas coloridas, que poderão ser espalhadas pela sala de aula ou até mesmo pelas áreas de maior passagem de alunos pela escola, para “lembrá-los” sobre o tema que refletiram.

- Numa próxima etapa, se possível, na mesma semana ou seqüência, convide o representante de uma empresa ou cooperativa responsável por coletas de lixo em em sua região para uma palestra sobre o tema: “resíduos em casa”. Direcione esse representante para falar um pouco sobre números do lixo, o que pode ser reciclado, exemplos de empresas que promovem reciclagem na região de entorno da escola, no bairro, etc.

- A partir dessa palestra, você pode promover outras atividades com os alunos e comunidade interna (diretoria, funcionários e professores) a respeito da coleta seletiva na escola, no bairro, na região. Os alunos podem participar na divulgação e mobilização, produzindo e distribuindo folhetos sobre como será a coleta, como as pessoas podem contribuir para a redução de consumo, etc. Os estudantes ainda podem acompanhar o processo da coleta seletiva quando ela for efetivada, anotando, durante alguns períodos do ano, a quantidade de lixo que está sendo coletado, o tipo de lixo, entre outras informações.

TEXTO

A nova face do lixo
Embalagens comuns na rotina dos brasileiros ganham novos usos como fonte de matéria-prima das indústrias
Texto: Sérgio Adeodato
As embalagens têm a importante função de proteger a maioria dos produtos encontrados no comércio – dos alimentos aos remédios – e são elas as que primeiro saltam aos olhos dos consumidores na hora da compra. O consumo de caixas, latas, sacos plásticos e potes de vidro e garrafas se multiplica à medida que o poder aquisitivo da população aumenta e os produtos industrializados se tornam mais acessíveis. Mas a maior quantidade desses materiais – jogados no lixo após o consumo – cria um problema ambiental para as cidades, que precisam investir em aterros sanitários para receber os resíduos. E como muitos municípios não têm coleta de lixo eficiente, eles acabam poluindo solos, rios e mares.

Como se verá nas páginas a seguir, a reciclagem – ou seja, a reutilização do plástico, do papel, do vidro e dos metais das embalagens como matéria-prima para produzir novos produtos – é vista como a solução para evitar esses impactos. Nos últimos anos, indústrias e estabelecimentos comerciais responsáveis têm promovido campanhas para a reutilização do lixo doméstico. Além disso, engajadas nesse processo, fábricas desenvolvem novas embalagens mais fáceis de ser reutilizadas e recicladas. E se esforçam para produzi-las com menor quantidade de materiais, diminuindo o tamanho do lixo e o uso de matérias-primas.

Como resultado, crescem no País os negócios envolvendo a reciclagem, com geração de mais empregos e benefícios sociais para populações antes marginalizadas. O desafio, segundo especialistas, é aumentar a consciência da população ao separar nas residências os diferentes materiais do lixo para a reciclagem. Nesse cenário, a atuação dos municípios é fundamental. “Embora o número esteja longe do ideal, é crescente a quantidade de cidades brasileiras que implantaram sistemas para a coleta seletiva desses materiais nos domicílios”, diz André Vilhena, diretor do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).

Plásticos ganham um destino nobre

Indústrias apóiam programas de coleta e ampliam a reciclagem de materiais que podem poluir rios e praias

O crescimento do consumo de embalagens está diretamente relacionado ao processo de urbanização. Afinal, o ritmo de vida das cidades obriga os consumidores a ter uma rotina mais ágil e prática. Entre os diversos materiais que compõem as embalagens, o plástico encabeça a lista dos que mais asseguram essa praticidade. Com uma vantagem: a maioria dos materiais plásticos pode ser reciclada por meio de processos de moagem e lavagem, retornando ao processo industrial para compor principalmente utensílios domésticos e materiais para construção civil.

Para alguns especialistas, a reciclagem do plástico só não é maior porque o preço pago por essa sucata é menor em relação a outros materiais, como o alumínio. Assim, é comum ver restos de plásticos, que não se degradam facilmente na natureza, poluindo as ruas e a areia das praias. “É preciso dar maior valor à importância dessa reciclagem”, afirma Silvia Rolim, do Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos). Segundo ela, 17,5% dos plásticos utilizados no Brasil, principalmente em embalagens, são desviados do lixo e voltam às indústrias por meio da reciclagem. Na Europa, onde a legislação ambiental é rígida, o índice de recuperação é de 22% e a maior parte dos restantes 78% é queimada para gerar energia. “No Japão, as piscinas das casas são aquecidas pela energia obtida dos plásticos”, diz Silvia.

No Brasil, o destaque é a reciclagem das embalagens PET, como as garrafas de refrigerantes, que cresce acima de 20% ao ano a partir das diversas campanhas de coleta promovidas por empresas, prefeituras e organizações não-governamentais. Atualmente, segundo o Plastivida, 48% desse plástico é reciclado após o consumo. Como as normas proíbem a reutilização deste material para fabricar novas embalagens, o PET é reprocessado mecanicamente para produzir fibras, carpetes, tecidos, cordas, estofados e tubulações, entre outras aplicações. Por meio de processos químicos, o plástico PET das garrafas é reutilizado na fabricação de tintas.

A tendência é essa reciclagem aumentar, evitando o acúmulo de garrafas plásticas no ambiente. Além disso, a diversidade de usos para as garrafas PET recicladas está impulsionando o crescimento de um mercado que inclui empresas recicladoras e cooperativas de catadores, contribuindo para gerar renda. Na Região Metropolitana de São Paulo existem quase 200 empresas que produzem mais de 159 mil toneladas por ano de artefatos plásticos reciclados. Entre as principais novidades está a madeira plástica, produto que tem como matéria-prima uma mistura de plásticos separados do lixo. O produto é imune a ataques de cupim e tem resistência e durabilidade para substituir a madeira convencional em pisos, mourões e decks de piscinas.



Exemplos

Mudança de vida

A reciclagem de plásticos e outros materiais do lixo está garantindo o sustento e abrindo novas perspectivas de vida para os moradores de rua atendidos pela Associação Reciclázaro, em São Paulo. No galpão mantido pela entidade no bairro do Butantã, 52 pessoas trabalham na separação de 70 toneladas de resíduos recicláveis por mês, encaminhadas para a reutilização nas indústrias. São ex-catadores de lixo que viviam nas ruas em condições de miséria, explorados por donos de ferros-velhos. Ao proporcionar maior auto-estima, o trabalho com reciclagem é também utilizado pela Reciclázaro como ferramenta na terapia para recuperação de dependentes químicos. Com apoio do Plastivida, educadores estão sendo capacitados pela instituição para orientar a coleta seletiva nas escolas, aumentando a quantidade de materiais para a reciclagem.

Nova fábrica recicla PET

Todos os anos, mais de 100 milhões de garrafas PET deixarão de poluir o meio ambiente no Rio de Janeiro, com o início de operação da fábrica JRM 21 Indústria e Comércio de Plásticos e Reciclagem, inaugurada pelo governo estadual em agosto de 2006, no município de Queimados, na Baixada Fluminense. A nova unidade vai aproveitar insumos produzidos pelo Pólo Gás-Químico de Duque de Caxias, localizado na região, para processar PET moído a ser utilizado na fabricação de materiais plásticos para a construção civil e para o setor têxtil. A fábrica recicla anualmente 500 toneladas de lixo plástico, gerando 600 empregos.

Leilão ecológico

Além das embalagens jogadas no lixo pelos consumidores, a reciclagem também permite a reutilização dos resíduos plásticos gerados pelos processos de produção nas indústrias. Materiais que antes não tinham utilidade e iam para aterros sanitários são hoje vendidos pelas fábricas de embalagens em leilões pela internet, organizados pela empresa Superbid. A fábrica da Coca-Cola no Rio de Janeiro comercializou, em julho de 2006, cerca de 3 mil toneladas de plásticos, principalmente PET das embalagens de refrigerantes, resolvendo um problema ambiental e gerando receita. Entre outros compradores, o material é adquirido nos leilões por cooperativas de catadores de lixo e revendido para reutilização nas indústrias. Segundo dados do Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis, as 15 cooperativas existentes na cidade de São Paulo faturaram R$ 1,2 milhão com a venda de 1,77 milhão de sucata plástica em 2005, com reflexos na melhoria da qualidade de vida dos cooperados.

Vidros mais leves

Potes e garrafas utilizam menos matéria-prima com ganhos econômicos e ambientais

A reciclagem de vidro é crescente no Brasil. Em 2005, as indústrias recuperaram 45% dessas embalagens consumidas no País. “O percentual poderia ser bem maior, se houvesse maior envolvimento da população e dos municípios para a coleta”, diz Stefan David, da Associação Brasileira da Indústria do Vidro (Abividro). Com o avanço da reciclagem, as indústrias poderão investir em técnicas mais avançadas, como os sensores ópticos que separam os cacos por cor, tornando mais eficiente a produção. Hoje, as indústrias investem em tecnologias para reduzir a quantidade de vidro empregada nas embalagens, diminuindo o peso do lixo urbano. Nos últimos anos, as garrafas descartáveis do tipo long-neck, por exemplo, diminuíram o peso, de 240 gramas para 180 gramas.

Vidro é um dos materiais de embalagens mais antigos do mundo, provavelmente descoberto pelos fenícios, milhares de anos antes de Cristo. Os povos da Mesopotâmia e os egípcios, que já conheciam as técnicas rudimentares de fabricação do vidro em 2.700 a.C., utilizavam o material para fazer adornos pessoais restritos apenas à nobreza. Os primeiros registros da moldagem de frascos datam de 1500 a.C., na Babilônia, mas só por volta do ano 100 a.C., com o surgimento de novas técnicas, as embalagens passaram a ser fabricadas em série pelos romanos. A partir de então, o vidro se tornou um dos materiais mais comuns no dia-a-dia das pessoas.

No Brasil, a indústria do vidro começou durante a ocupação holandesa em Pernambuco, no século 17, quando foi montada uma oficina pelos artesãos que faziam parte da comitiva do príncipe Maurício de Nassau. O País tem hoje capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas de embalagens de vidro – principalmente garrafas de bebidas e potes para alimentos e produtos farmacêuticos. O material tem a vantagem de ser reciclado infinitas vezes sem perder suas características originais. Transformado em cacos, o vidro retorna para a produção de novas embalagens e utensílios e também pode ser utilizado na pavimentação de estradas e na produção de fibras de vidro e tintas.



Exemplos

Consumo consciente

Vidro rende cestas básicas

A reciclagem de cacos de vidro gera benefícios sociais nas favelas de Vigário Geral, Morro do Céu e Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. Nesses locais, a empresa Reciclaco, especializada na coleta e preparação do material para fornecimento às indústrias, paga aos moradores uma cesta básica de alimentos em troca de 150 quilos de vidro branco ou 190 quilos de cacos de cores misturadas. A empresa, que recicla cerca de 700 toneladas mensais, atua também em parceria com prefeituras fluminenses que fazem coleta seletiva do lixo, como de Nova Friburgo. Neste caso, a Reciclaco paga R$ 100 por tonelada de vidro para os catadores que fazem a separação do material coletado pelo serviço público nas residências.

Mobilizando cooperativas

Vinte e três instituições sociais, entre elas cooperativas de catadores de lixo de São Paulo e de cidades do interior paulista, como Ibiúna, São Roque, Santana do
Parnaíba e Campinas, participam de um programa da fábrica de vidros Saint Gobain, que promove a coleta e entrega do material para reciclagem diretamente nas indústrias. Sem intermediários, os catadores se tornam mais autônomos e conseguem melhores preços. No trabalho, as cooperativas são orientadas a não entregar as garrafas de vidro para os garrafeiros, que normalmente reutilizam as embalagens de maneira indevida, inclusive para falsificar bebidas. Transformado em cacos, o material é armazenado em caçambas, fornecidas às instituições parceiras pela empresa, que recebe dos catadores mais de 100 toneladas de vidro por mês para reprocessamento industrial.

Cresce a reciclagem do papelão

Brasil está entre os países que mais reaproveitam embalagens de papel ondulado no mundo

O papelão, também chamado de papel ondulado, é hoje o produto que mais utiliza matéria-prima reciclada no Brasil. Com ele, as indústrias produzem caixas, utilizadas principalmente para o transporte das mercadorias. Nos últimos anos, como resultado dos avanços tecnológicos, a embalagem de papelão tem conquistado novos espaços. Nas prateleiras de supermercado, é comum ver hoje produtos refrigerados, congelados e in natura acondicionados em caixas desse tipo. As novas funções, no entanto, não atrapalham o alto poder de reciclagem desse material. No total, 79% da quantidade de papel ondulado consumido no Brasil foi reciclado em 2004, segundo números do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre) – índice muito próximo de países desenvolvidos, como os Estados Unidos.

A reciclagem dessas fibras é tão antiga quanto a própria descoberta do papel, por volta do ano 105 d.C. Desde aquela época, os papéis usados podem ser convertidos em polpa para gerar novos produtos menos refinados, principalmente cartões, caixas de papelão e outros materiais para embalagens. O tipo ondulado, que tem uma camada intermediária de papel entre suas partes exteriores, na forma de uma sanfona, é a embalagem de transporte mais utilizada no mundo. No Brasil, começou a ser produzido em 1935. Ao longo do tempo, à medida que cresceu a consciência ambiental, aumentou a quantidade de caixas feitas com material reciclado. Os benefícios ambientais são evidentes: além de reduzir o lixo, a utilização de uma tonelada de aparas, obtida de papéis usados, pode evitar o corte de dez a 13 árvores provenientes de plantações comerciais. E mais: o uso do produto reciclado como matéria-prima para fabricar papel gasta até 50 vezes menos água em relação ao processo convencional que utiliza a celulose extraída das árvores.

“A indústria de embalagens é dinâmica e está sempre mudando para atender às necessidades da população”, explica Luciana Pelegrino, diretora da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). No caso do papelão, as novas tecnologias conseguiram reduzir a espessura em 2%, sem diminuir a resistência das embalagens. Esse percentual parece pequeno, mas é significativo tendo em vista a grande quantidade desse material presente no lixo urbano.


Exemplos

Mais qualidade

O desenvolvimento de novas técnicas tem proporcionado à Klabin, maior recicladora de papel do País, produzir material para embalagens de papelão ondulado mais leves e resistentes. Além disso, a empresa aprimorou métodos para eliminar substâncias que atrapalham a reciclagem, como a parafina que protege o papelão contra a ação do vapor e da água, hoje substituída por produtos mais ecológicos. Para completar, sistemas de separação mecânica de impurezas permitem a produção de papéis reciclados de melhor qualidade e aparência. Além de investir em tecnologias, a indústria apóia a formação de cooperativas de catadores e projetos de conscientização para a reciclagem, como o Programa Caiubi de Educação Ambiental, que já capacitou mais de 1,6 mil professores.



Caixas da moda

O uso de embalagens de papel cartão totalmente recicladas, que utilizam menos matéria-prima e mantêm o mesmo volume dos modelos anteriores, é novidade encontrada nas lojas da rede C&A desde outubro de 2005, quando a empresa resolveu intensificar os esforços para promover a reciclagem. As novas caixas deixaram de receber o tratamento coating, que dá um acabamento mais liso, branco e brilhante à embalagem, mas dificulta a reutilização mais ampla do material após o consumo. O projeto faz parte de uma lista de iniciativas que inclui o uso de folhas ofício e cartões de visita com papel reciclado pelos funcionários da empresa, que são incentivados a separar o lixo do dia-a-dia na loja e nas residências.

Consumo mais limpo

O setor de alimentos é um dos que mais geram lixo doméstico. Para reduzir impactos ambientais das embalagens, a Nestlé Brasil apóia atividades de coleta desses materiais por parte de catadores de lixo, por meio de uma parceria com o Compromisso Empresarial para Reciclagem. Além desse projeto, a empresa tem um programa para utilizar embalagens com menor quantidade de matéria-prima. Graças a esse programa, a empresa reduziu o peso total das embalagens em 2 mil toneladas – a maior parte, 1.420 toneladas, refere-se à diminuição de papéis. Em 2004, a indústria aumentou em 8% a reciclagem dos resíduos gerados durante a fabricação dos produtos. Hoje, 84,8% dos rejeitos dos vários materiais são recuperados.

Metais transformam vidas

Reciclagem de latas metálicas, incluindo aquelas feitas de aço, traz renda e abre novas perspectivas para a população

Quando o assunto é reciclagem, o Brasil é destaque no cenário internacional. Como no futebol, o País é pentacampeão mundial também na reciclagem de latas de alumínio para bebidas. Em 2005, 96,2% das latas produzidas pelas indústrias brasileiras retornaram após o consumo das bebidas para a fabricação de novas embalagens e outros produtos de alumínio – índice que supera o registrado pelo Japão, Estados Unidos e Europa no mesmo período. De acordo com dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), foram recicladas, em 2005, mais de 9,4 bilhões de latas. O material é coletado antes de se misturar no lixo urbano por um exército de cerca de 160 mil catadores espalhados pelas ruas da maioria das cidades e por mais de 2 mil escolas e estabelecimentos comerciais. Parte desse sucesso se deve ao alto valor da lata jogada no lixo, que hoje gira em torno de R$ 200 a tonelada, contribuindo para manter o sustento de milhares de famílias em tempos de desemprego.

A compra de latas usadas injeta cerca de R$ 500 milhões por ano na economia nacional. Além dos benefícios sociais e econômicos, a atividade garante ganhos ambientais. A reciclagem proporciona uma redução de 95% da energia utilizada para produzir alumínio a partir da matéria-prima virgem, a bauxita. Além disso, segundo dados da Abal, a indústria está conseguindo fazer latas 32% mais leves que alguns anos atrás, utilizando menos matéria-prima extraída da natureza.

Além do alumínio, o Brasil recicla cerca de 47% das latas de aço produzidas pelas indústrias para embalar uma grande diversidade de produtos, com destaque para os alimentos. O aço é totalmente reciclável e tem a característica de se decompor na natureza mais rápido que a maioria dos demais materiais. Além de economizar energia, a cada 75 latas de aço recicladas, poupa-se uma árvore que precisaria ser transformada em carvão vegetal para alimentar os fornos industriais produtores do metal.


Exemplos

Escolas implantam metodologia

Após dez anos de trabalhos, o projeto de educação ambiental Sociedade do Amanhã, promovido pela indústria de alumínio Novelis, já demonstrou para 17 mil crianças de Pindamonhangaba (SP) a importância da reciclagem dos metais e dos demais resíduos domésticos. Por meio de conteúdo teórico e prático e de atividades lúdicas, os estudantes são mobilizados, entre outros fatores, a separar os materiais recicláveis em casa e participar de campanhas de coleta seletiva. Com o projeto, muitas escolas começaram a reaproveitar o lixo, utilizando o tema da reciclagem nas atividades escolares dentro de disciplinas como artes e ciências.

Aço gera renda no Nordeste

Incentivar a coleta seletiva e a recuperação de embalagens metálicas por catadores e pequenos recicladores é o objetivo da Reciclaço, campanha de reciclagem promovida pela Metalic em 132 cidades de 17 estados brasileiros. O sistema de coleta é formado por 388 estabelecimentos credenciados, que recolhem diariamente as latas de aço, incentivados por um subsídio oferecido pela empresa ao oferecer preços superiores aos de mercado. O material é repassado pelos catadores a sucateiros, que por sua vez vendem a sucata para a indústria Gerdau reutilizar na produção de aço nas unidades do Ceará, Bahia e Pernambuco. Em 2005, a Metalic conseguiu recuperar 88% das latas que produziu com investimento de R$ 2,7 milhões.

Bate Lata conscientiza jovens

Atividades lúdicas, teatro e música são as ferramentas educacionais que começaram em agosto de 2005 a mobilizar professores e estudantes de 80 escolas de São Paulo e Paraná para a reciclagem do lixo, entre outras ações, em favor da natureza. O Projeto Estação Ecoviver, lançado pelo grupo EcoRodovias com apoio da Fundação Orsa, abrange oito municípios situados ao longo das estradas administradas pela empresa, prevendo a separação dos materiais. O ponto alto das atividades serão os shows semanais da banda Bate Lata, formada por 20 jovens da periferia de Campinas (SP) que tocam instrumentos de percussão confeccionados com sucatas metálicas. O grupo participa de oficinas de sensibilização e auto-estima, música, artes plásticas, dança e poesia, além de capoeira e informática.

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